quarta-feira, 27 de julho de 2016
segunda-feira, 4 de julho de 2016
Ensaio por partículas magnéticas - parte 3
Escolha dos tipos de partículas
A escolha da cor das
partículas fica associada ou definida em função da cor de fundo, cor da
superfície da peça em exame. E procuramos usar uma partícula cuja cor produza
com a superfície o melhor contraste possível, garantido dessa forma maior sensibilidade visual. A cor
da partícula é uma pigmentação que tem também a finalidade de promover um
balanceamento das condições de densidade da mesma. No caso das partículas para
aplicação pelo método de via úmida é importante que a pigmentação ou
recobrimento da partícula acumulada nas indicações sem cor que produza
contraste suficiente com a superfície em exame.
No mercado podemos
encontrar partículas a serem aplicadas por via seca nas cores: branca, cinza,
amarela, vermelha e preta, conhecidas como partículas para observação sob luz
negra ou ultravioleta. Também sob as mesmas condições de luz, as partículas por
via úmida nas cores, preto, vermelho e fluorescente. As fluorescentes podem, de
acordo com o fabricante, apresentaram-se nas cores amarelo esverdeado ou alaranjado.
Com a finalidade de promover melhor visualização das partículas, foram
desenvolvidos mais recentemente os líquidos de contraste, que é uma tinta
branca em embalagem spray que é aplicada de forma uniforme sobre a superfície
de teste, garantindo um fundo uniforme que vai contrastar com a cor da
partícula, aumentando-se a sensibilidade da visualização. A tinta de contraste
é aplicada de maneira a criar um fundo branco sem no entanto interferir na
mobilidade das partículas ou mesmo na intensidade dos campos de fuga. A
espessura do filme de tinta após seco é da ordem de 15 µm .
Procedimento para ensaio
Sequência Básica para
Aplicação do Ensaio:
• Preparação da
Superfície: De acordo com a sequência de execução do ensaio, o ensaio por
Partículas Magnéticas, começa pela limpeza e/ou preparação da superfície. O
método de preparação da superfície depende do tipo de peça, tamanho e
quantidade. São métodos de limpeza:
• Jato de areia ou
granalha,
• Escova de aço,
• Solvente e panos
umedecidos em solventes ou secos;
• Limpeza química ;
• Vapor desengraxante;
• Esmerilhamento.
O objetivo desses
métodos de limpeza é de retirar da superfície em exame toda a sujeira,
oxidação, carepas, respingos ou inclusões superficiais que prejudiquem o ensaio
com a formação de campos de fuga falsos, ou que, contaminem a suspensão, caso o
ensaio seja executado com via úmida , ou ainda que dificultem a mobilidade das
partículas sôbre a superfície. O jato de areia ou granalha é comumente
utilizados na preparação de peças automotivas ou componentes de máquinas, que,
são colocados em cabines para jateamento ou por tamboreamento. Escovas de aço
que tanto podem ser rotativas, ou manuais são mais utilizadas na preparação de
peças soldadas. O solvente é empregado como uma complementação aos métodos de
limpeza anteriores, com o objetivo de promover na região a ser inspecionada uma
superfície isenta de graxas, óleo ou outro tipo de contaminante que impeça ou
prejudique o ensaio, mascarando os resultados. É necessário garantir uma boa
mobilidade das partículas. Caso as partículas sejam aplicadas dispersas em
água, a superfície deve estar isenta de óleo ou graxa, caso contrário a peça
não ficará “molhada”
• Seleção do
Equipamento para Magnetização e das Partículas Magnéticas:
Como vimos, a escolha
do equipamento para magnetização e do tipo de partículas magnéticas, dependerá
da forma da peça a ser ensaiada, do local para execução do ensaio, do
acabamento superficial da peça, e da especificação técnica para inspeção. O
ensaio por partículas magnéticas deve ser sempre executado com base a um
procedimento qualificado e aprovado, com finalidade de estabelecer e fixar as
variáveis essenciais do ensaio. Assim, a técnica de magnetização, o método de
ensaio, e outros, não necessitam serem determinadas pelo inspetor responsável,
no momento do ensaio. A recomendação básica de todo sistema de garantia da
qualidade, é que todos os instrumentos de ensaio precisam estar calibrados.
Para os equipamentos que incorporam miliamperímetros, estes devem estar
calibrados ; por outro lado os Yokes devem ser calibrados com o teste de
elevação de carga.
• Planejamento do
Ensaio e Magnetização da Peça:
Escolhida a técnica de
magnetização a ser empregada ou disponível para o ensaio, é importante que o
Inspetor procure visualizar ou esquematizar a peça, como será o campo magnético
formado, se longitudinal ou circular. Essa visualização é importante pois como
não conhecemos a orientação das descontinuidades vamos começar a fazer o ensaio
por um ponto e, para garantirmos que a inspeção foi adequada, capaz de detectar
qualquer descontinuidade em qualquer orientação, é preciso que, de acordo com a
técnica de magnetização utilizada, uma outra varredura, defasada de mais ou
menos 90° do eixo da anterior, seja realizada na mesma região. A técnica de
varredura descrita anteriormente é empregada na inspeção de peças utilizando-se
de um Ioque ou através da técnica de eletrodos, onde recomenda-se, para
garantir uma varredura perfeita e com sobreposição adequada entre uma e outra
varredura, que o inspetor trace com giz de cera na peça os pontos onde serão
apoiadas as pernas do Ioque ou eletrodos, obtendo-se assim, uma varredura sequencial
e com garantia de inspeção em 100% da região de interesse, a posição dos polos
de contato 1-1 e 4-4 ou 2-2 e 3-3. Já nas máquinas estacionárias, onde as peças
a serem inspecionadas, como por exemplo: pinos, bielas, engrenagens, disco,
virabrequins, são submetidas, na maioria das vezes, a dois campos magnéticos
aplicados simultaneamente, sendo um por corrente alternada - CA e outro, por
corrente alternada retificada, ou ambos por correntes alternadas defasadas, é
necessário garantir a varredura de toda a peça ou de uma região de interesse.
Nesse caso, é importante verificar se a intensidade do campo é adequada para se
fazer a inspeção de toda a peça de uma vez só. Caso isso não seja possível, é
necessário inspecionar peça em partes, ou seções. Portanto, de acordo com o
equipamento disponível, em função de seus recursos e capacidade, fazemos os
ajustes nos campos de modo a obter um balanceamento ótimo. Notar
descontinuidade que podemos e devemos trabalhar ora com um campo ora com outro
para perfeita detecção e descontinuidade transversais ou longitudinais. A
varredura insuficiente ou inadequada torna o ensaio sem confiabilidade.
• Aplicação das
Partículas e Observação das Indicações: A aplicação das partículas
ferromagnéticas deve ser feita de forma que seja coberta toda a área de
interesse, quer seja por via seca ou úmida. A remoção do excesso de partículas
sobre a superfície deve ser feita de modo a não eliminar as indicações que se
formam. Se as partículas forem por via seca, um leve sopro deve ser aplicado. Se
as partículas forem via úmida, o próprio veículo promove o arrasto do excesso
das partículas. A observação das indicações se dará pela visualização dos
pontos de acúmulo do pó ferromagnético. Esta fase não é tão fácil, pois o
inspetor pode confundir um acúmulo de pó devido a uma ranhura ou mordedura ,
com uma descontinuidade, levando a erros no julgamento dos resultados.
• Avaliação e Registro
dos Resultados: Como um ensaio por partículas magnéticas é um tanto quanto
subjetivo, torna-se necessário que, mesmo seguidos os critério e requisitos
recomendados para o ensaio com base nas normas aplicáveis, os resultados
obtidos no ensaio na mesma peça sob as mesmas condições. Para tal, além de ser
seguido um procedimento específico para cada tipo de trabalho que se fez,
torna-se necessário implementar uma correlação entre o mapa de registro dos
resultados e os relatórios emitidos, bem como a localização física da peça ou
equipamento submetido ao ensaio. Como orientação, sugerimos que seja elaborado
um relatório detalhando todas as características e parâmetros do ensaio, tais
como:
• Peça ensaiada
,desenho, posição , etc.. ;
• Área de interesse ;
• Norma de aceitação;
• Aparelho de
magnetização;
• Tipo e intensidade
da corrente elétrica utilizada ;
• Tipo de pó magnético
usado;
• Veículo, se
aplicável
• Concentração das
partículas , se aplicável;
• Croquis da peça e
das indicações observadas;
• Assinatura e
identificação do inspetor responsável.
Uma das formas
adequadas de registro das descontinuidades no caso de soldas, é a de
desenhá-las em fita crepe ou, se dispuser de maiores recursos utilizar-se de
fotografias. Conforme já mencionado, desde que todos os requisitos do ensaio,
forem cumpridos, torna-se fácil avaliação das indicações. O inspetor deverá,
naturalmente, estar familiarizado com os requisitos ou critérios de aceitação recomendados
pela norma aplicável. A observação e avaliação das indicações é processada
imediatamente após a aplicação da suspensão ou do pó e durante a remoção do
excesso, uma vez que o comportamento da mobilidade das partículas,
distribuição, contraste, etc., indicará a necessidade ou não de reinspeção da
área. Notar que muitas vezes poderão surgir indicações falsas ou não
relevantes, sendo recomendado ao inspetor muito cuidado na perfeita avaliação
dos resultados obtidos. As condições de iluminação são essenciais para êxito
desta etapa.
Critério de aceitação das indicações
O critério de
aceitação que segue abaixo , é uma tradução do Código ASME Sec. VIII Div.1
Apêndice 7 , é aplicável para soldas inspecionadas por partículas magnéticas
Avaliação das indicações:
Uma indicação é uma
evidência de uma imperfeição mecânica.
Somente indicações com dimensões maiores que
1/16 pol. ( 1,5 mm) deve ser considerada como relevante.
(a) Uma indicação
linear é aquela tendo um comprimento maior que três vezes a largura.
(b) Uma indicação
arredondada é aquela na forma circular ou elíptica com comprimento igual ou
menor que três vezes a largura.
(c) Qualquer indicação
questionável ou duvidosa , deve ser reinspecionada para determinar se
indicações relevantes estão ou não presentes.
Critério de Aceitação:
Toda as superfícies devem estar livres de :
(a) indicações
relevantes lineares ;
(b) indicações
relevantes arredondadas maiores que 3/16 pol. (5,0 mm) ;
(c) quatro ou mais
indicações relevantes arredondadas em linha separadas por 1/16 pol. (1,5 mm) ou
menos (de borda a borda) ;
(d) uma indicação de
uma imperfeição pode ser maior que a imperfeição , entretanto , o tamanho da
indicação é a base para a avaliação da aceitação .
OBRAS CONSULTADAS
1. American Society of Mechanical Engineers
- ASME Boiler and Pressure Vessel Code , Section V ,
2. Leite, Paulo G.P ,
“Curso de Ensaios Não Destrutivos” , 8a. edição , Associação Brasileira de
Metais-ABM, 1966 ;
3. Krautkramer , “Ultrasonic Testing of
Materials” second edition ;
4. Andreucci,Ricardo “Ensaio Não Destrutivo -
Ultrassom” , Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos- ABENDI 5. Eastman Kodak Company , “Radiography in Modern
Industry” , 4a Edition , 1980 6. Agfa Gevaert , “Radiografia Industrial”, NV
1989 7. American Society of Mechanical Engineers - ASME Boiler and Pressure
Vessel Code , Section VIII Div.1
Marcadores:
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sexta-feira, 1 de julho de 2016
Ensaio por Partículas Magnéticas Parte 2
Técnicas de magnetização
Mencionamos que
podemos obter campos magnéticos por diversas técnicas, contudo, o processo de
magnetização só é obtido através de indução de campo magnético ou por indução
de corrente elétrica. Dizemos que há indução de campo quando o campo magnético
gerado na peça é induzido externamente. Já no processo de magnetização por
passagem de corrente, a peça em inspeção faz parte do circuito elétrico do
equipamento de magnetização, isto é, a corrente de magnetização, circula pela
própria peça. É por esta razão que recomendase bastante cuidado na utilização
da técnica de magnetização por passagem de corrente, pois poderá ocorrer a
abertura de um arco elétrico nos pontos de entrada e saída de corrente,
queimando a peça nesta região,o que, em se tratando de peça acabada, pode ser
inaceitável, ou mesmo poderá representar risco de explosão ou incêndio se no
ambiente houver gases ou vapores inflamáveis.
Tipos de corrente elétrica utilizada
As correntes elétricas
utilizadas na magnetização para inspeção por partículas magnéticas poderão ser
das mais variadas fontes existentes, como segue:
• corrente contínua
(CC): somente obtida através de baterias, e que na prática não é aplicável em
processos industriais ;
• corrente alternada
(AC): usada para detecção de descontinuidades superficiais. A corrente
alternada , devido ao ciclo alternado da corrente, promove maior mobilidade às
partículas, tem pouca penetração, as linhas de força são mais concentradas na
superfície e portanto é mais recomendada para a detecção de descontinuidades
superficiais;
• corrente alternada
retificada (meia onda ou onda completa) (CA): usada para detecção de
descontinuidades sub-superficiais , o que na prática representa até 4 mm de
profundidade.
Magnetização por passagem de corrente
pela peça
É a técnica de
magnetização, em que a corrente circula pela peça, onde temos as técnicas de
eletrodos e de contato direto. Técnica dos Eletrodos É a técnica de
magnetização pela utilização de eletrodos, também conhecidas como pontas que
quando apoiadas na superfície da peça, permitem a passagem de corrente eletríca
pela peça. O campo magnético criado é circular. Esta técnica é geralmente
aplicada em peças brutas fundidas, em soldas, nas indústrias de siderurgia,
calderaria e outros.
A técnica dos
eletrodos induz um campo magnético que é dependente da distância entre os
eletrodos e a corrente elétrica que circula por eles. Em geral estes valores
são tabelados e disponíveis nas normas técnicas de inspeção aplicáveis ao
produto ensaiado.
Aparelho típico para
magnetização por passagem de corrente elétrica denominada técnica de eletrodos.
Estes equipamentos são portáteis, permitindo atingir até 1500 Ampéres
utilizando corrente contínua ou alternada. Cuidados devem ser tomados quanto ao
meio ambiente de operação destes equipamentos pois estes produzem faíscas
elétricas que podem causar explosões na presença de gases ou produtos
inflamáveis.
Técnica de contato direto
Também conhecida como
magnetização por placas ou cabeçotes de contato. Devido sua aplicação maior ser
através de máquinas estacionárias é definida como sendo a técnica de
magnetização pela passagem de corrente elétrica de extremidade a extremidade da
peça. O campo magnético formado é circular. Esta técnica se difere da técnica
por eletrodos descrita ,pois é aplicável em sistemas de inspeção automáticos ou
semi-automáticos, para inspecionar barras, eixos, principalmente nas indústrias
automobilísticas ou em fabricas de produtor seriados de pequeno porte.
Técnica da bobina
Nessa técnica a peça é
colocada no interior de uma bobina ou solenóide. Pode ocorrer também que a
bobina é gerado, por indução magnética, um campo longitudinal na peça.
Técnica do yoke
É a técnica de
magnetização pela indução em campo magnético, gerado por um eletroimã, em forma
de U invertido, que é apoiado na peça a ser examinado. Pelo eletroimã circula a
corrente elétrica alternada ou contínua. É gerada na peça um campo magnético
paralelo a linha imaginária que une as duas pernas do Yoke .
Os ioques produzem
campo magnético longitudinal, podendo ser de pernas fixas ou os de pernas
articuláveis, conhecidos como Ioques de pernas articuladas. Os de pernas
articuláveis são mais eficientes por permitirem uma série de posições de
trabalho com garantia de um bom acoplamento dos pólos magnéticos. A sua
vantagem está em não aquecer os pontos de contato, já que a técnica usa
corrente elétrica magnetizante que flui pelo enrolamento da bobina do Ioque, e
não pela peça. A recomendação básica de algumas normas para calibração deste
equipamento é que o campo magnético formado na região de interesse definida
como área útil, esteja entre os valores de 17 a 65 A/cm. Para simplificar e
permitir a comprovação periódica da intensidade do campo magnético durante os
trabalhos de campo é estabelecido nas normas, que a verificação da força de
magnetização do Ioque pode ser comprovada através de sua capacidade mínima de
levantamento de massa equivalente a 4,5 kg de aço, no máximo espaçamento entre
os pólos a ser utilizado em corrente alternada e de 18,1 kg em corrente
elétrica contínua.
Desmagnetização
Verificamos que alguns
materiais, devido as suas propriedades magnéticas, são capazes de reter parte
do magnetismo após a interrupção da força magnetizante. Conforme a aplicação subsequente
destes materiais, o magnetismo residual ou remanente poderá criar problemas,
sendo necessário a desmagnetização da peça. Podemos resumir as razões para
desmagnetização de uma peça como a seguir.
Interferência nos
processos de Usinagem: Uma peça com magnetismo residual poderá interferir nos
processos futuros de usinagem, pois o magnetismo da peça induzirá a
magnetização das ferramentas de corte afetando o acabamento da peça. A retenção
de limalhas e partículas contribuirá para a perda do fio de corte da
ferramenta. Interferência nos processos de Soldagem: A interferência em
operação de soldagem se faz sentir com a deflexão do arco elétrico, desviando-o
da região de soldagem, interferência conhecida como sopro magnético, que
prejudicará em muito o rendimento e a qualidade da solda. Interferência com
Instrumentos de Medição: O mecanismo residual interfere com instrumentos
sensíveis de medição ou navegação, colocando em risco a operação dos
equipamentos uma vez que, as leituras obtidas não correspondem à realidade. Há
registros de acidentes aéreos por interferências de campos magnéticos detrens
de pouso nos instrumentos de navegação da aeronave. A desmagnetização é
dispensável quando:
a) Os materiais
possuem baixa retentividade;
b) As peças forem
submetidas a tratamento térmico. As peças de aço que estiverem magnetizadas, ao
atingir a temperatura de 750° C, chamado ponte Curie, perdem a magnetização;
c) As peças forem
novamente magnetizadas.
Métodos de desmagnetização
São várias as técnicas
de desmagnetização sendo que todas são baseadas no princípio de que, submetendo
a peça a um campo magnético que é continuamente invertido e gradualmente
reduzindo a zero, após um determinado período e um número de ciclos, a peça
será desmagnetizada.
Ensaio Via seca
Dizemos que as
partículas são para via seca, como o próprio nome indica, quando aplicadas a
seco. Neste caso é comum dizer que o veículo que sustenta a partícula até a sua
acomodação é o ar. Na aplicação por via seca usamos aplicadores de pó manuais
ou bombas aspersoras que pulverizam as partículas na região do ensaio, na forma
de jato de pó. As partículas para via seca devem ser guardadas em lugares secos
e ventilados para não se aglomerarem. É muito importante que sejam de
granulometria adequada para serem aplicadas uniformemente sobre a região a ser
inspecionada. Comparando com o método por via úmida, as partículas por via seca
são mais sensíveis na detecção de descontinuidades próximas a superfície, mas
não são mais sensíveis para pequenas descontinuidades superficiais. Também,
para uma mesma área ou região examinada, o consumo é maior. Por outro lado, é
possível a reutilização das partículas , caso o local de trabalho permitir e
que seja isenta de contaminação.
Ensaio Via úmida
É método de ensaio
pela qual as partículas encontram-se em dispersão em um líquido, denominado de
veículo. Este líquido pode ser a água, querosene ou óleo leve . No método por
via úmida as partículas possuem granulometria muito fina, sendo possível
detectar descontinuidades muito pequenas, como trincas de fadiga. Devemos
ressaltar que neste método de ensaio, as partículas que estão em dispersão,
mesmo na presença do campo magnético, tem maior mobilidade do que na via seca,
e podem percorrer maiores distâncias enquanto se acomodam ou até serem
aprisionadas por um campo de fuga. Da mesma forma, nas superfícies inclinadas
ou verticais requerem menor esforço para remoção do excesso. Os aplicadores por
via úmida são na forma de chuveiros de baixa pressão no caso de máquinas
estacionárias ou manuais, tipo borrifadores, que produzem uma névoa sobre a
região em exame. Contudo, nada impede que na aplicação manual, a suspensão seja
derramada sobre a peça. A escolha do aplicador tipo borrifo tem finalidades
econômicas e de execução do ensaio, visto que a quantidade aplicada é menor, e
para o inspetor a visualização imediata das indicações, enquanto ocorre a
acomodação das partículas e pouco excesso para remoção. Embora já exista no
mercado suspensões em forma de spray, a aplicação mais usual é a que é
preparada pelo próprio inspetor. O método por via úmida exige uma constante
agitação da suspensão para garantir a homogeneidade das partículas na região de
exame. Essa agitação é automática nas máquinas estacionárias. Na aplicação
manual, o próprio inspetor deverá fazê-la, agitando o aplicador antes de cada
etapa de aplicação.
• Preparação das
Partículas Via Úmida: As partículas para serem aplicadas pelo método por via
seca não requerem preparação e são retiradas diretamente das embalagens para os
aplicadores de pó. Já as partículas para via úmida requerem a preparação da
suspensão ou banho. Estas partículas podem estar na forma de pó ou pasta. A
preparação da suspensão por via úmida é muito importante para garantia da
homogeneização do banho e dispersão das partículas na região em ensaio, após
aplicação. Os fabricantes indicam nas próprias embalagens os valores de
concentração adequada para a suspensão. Algumas partículas são utilizadas tanto
em querosene quanto em água, fazendo com que o banho tenha uma composição
homogênea, evitar a formação de espuma e a oxidação da superfície da peça logo
após o ensaio. Deve-se salientar que no preparo da suspensão, a partícula, que
é um pó muito fino, tem dificuldade de se misturar no líquido caso seja
adicionada a este de uma única vez. Na prática, o que faz é o inverso: o
veículo da suspensão é adicionado aos poucos a um copo contendo o pó e no
início em pouquíssima quantidade, com objetivo de permitir que seja bem
misturadas todas as partículas. Só depois que o inspetor conseguir “quebrar”
bem a aglomeração das partículas, formando um “mingau”, é que se adiciona aos
poucos o restante do veículo até completar um litro, sem deixar de mexer ou
agitar toda suspensão. A verificação da concentração é realizada usando-se um
tubo decantador padronizado graduado, que tem a forma de pera. Com ele, são
retirados da suspensão pronta 100 ml, e aguarda-se 30 minutos. Após esse tempo,
verifica-se na base do tubo, a quantidade também em ml de partículas
decantadas, que se estiverem dentro da faixa recomendada pelas normas, indicam
que a suspensão está pronta para uso. Os valores recomendados são de 1,2 a 2,4
ml/50 ml para a inspeção por via úmida de partículas observadas sob luz branca
ou natural, e de 0,1 a 0,7 ml/50 ml para as partículas fluorescentes, que são
observadas sob luz ultravioleta ( ou luz negra ).
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